Após o diagnóstico, o trabalhador que obtiver licença médica deve ficar afastado por 15 dias consecutivos. Só depois deste prazo a incapacidade para o trabalho é avaliada e deve ser comprovada por perícia médica do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Ambiente de trabalho
O Caps é a primeira porta a entrar quando surgem os sintomas da depressão. Antes disso, porém, algumas saídas podem evitar que a depressão causada por fatores externos se instale. Em relação ao trabalho, especialmente a postura dos líderes pode ser decisiva.
De acordo com a coordenadora do Caps II, no Jardim Baiano, Isabel Castelo Branco, um dos sinais da depressão é o número de faltas no trabalho. O alerta ajuda as empresas a identificarem os funcionários que precisam de ajuda.
Segundo Débora Glina, o papel do gestor tem que ficar mais claro para ele. Principalmente aqueles que estão em posições intermediárias, que recebem pressão de baixo e de cima. "Eles também acabam sendo cobrados constantemente".
Para ela, a falta de treinamento para atuar como líder pode desencadear dificuldades na relação com outros funcionários e contribuir para o adoecimento. "Um bom técnico não é necessariamente um bom gestor, é preciso treinamento específico; é uma função totalmente diferente, e uma das coisas que exige é a sensibilidade com o trabalhador", explica.
Outros fatores podem tornar o ambiente de trabalho propício ao adoecimento. Empresas que proíbem os funcionários de se comunicar com os colegas durante as atividades ou funções muito monótonas podem ser fatores desencadeantes.
Voltar ao trabalho também é um passo importante para quem passa por depressão. Para Sandra Campos, é um objetivo muito claro. Aos 42 anos, ela se considera pronta, depois de se afastar da antiga atividade de recepcionista de uma clínica. Após uma crise e três meses de licença médica, foi demitida e voltou a ter episódios recorrentes de depressão. "Sentia muito medo e vergonha da doença, mas agora entendo tudo o que passei". Três anos depois, acredita que voltar a desenvolver uma atividade produtiva é fator fundamental para a total recuperação.
Para ela, a rejeição no ambiente profissional e o preconceito só pioraram os sintomas. "O trabalho para mim era um refúgio", garante. Apesar disso, durante os períodos agudos da doença, os males dos pacientes na clínica onde trabalhava causavam sofrimento intenso. Por essa razão, o deprimido deve ter atenção psicossocial e acompanhamento de uma equipe, que vai indicar as atividades que devem ou não ser desempenhadas.
Sem descuidar da medicação contra a doença e frequentando as sessões de terapia ocupacional e psicoterapia, Sandra alimenta os planos de entrar na faculdade e realizar o antigo desejo de trabalhar na área de saúde. "Este será o ano da minha vitória".
Fonte: Portal A Tarde
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