segunda-feira, 2 de maio de 2011

Exclusivo: mapeamos as principais doenças que atingem os trabalhadores do transporte rodoviário urbano

Por Maristela Leitão

Pesquisa feita especialmente para o Blog do Trabalho pela professora de Saúde do Trabalhador da Universidade de Brasília (UnB), Anadergh Barbosa Branco, revela que , em 2008, no setor de transporte rodoviário urbano, para cada 10 mil vínculos empregatícios, ocorreram 903,2 solicitações de auxílio doença. E para cada benefício acidentário ocorreram 4,7 benefícios previdenciários.
O benefício acidentário (que inclui o auxílio acidente, a aposentadoria por invalidez acidentária, a pensão por morte acidentária e o auxílio doença acidentário) está diretamente relacionado com os afastamentos ocasionados pela atividade laboral. Já o beneficio previdenciário está relacionado com o auxílio doença comum, como o salário maternidade, auxílio reclusão, auxílio doença e as diversas aposentadorias alcançadas por tempo de contribuição.

Segundo Anadergh, as principais causas clinicas de beneficio auxílio-doença para trabalhadores do transpor urbano foram a fratura ao nível do punho e da mão, transtornos de discos intervertebrais (hérnias de disco), depressão, fratura ao nível da perna, incluindo o tornozelo e outros transtornos ansiosos. Quando considerados apenas os benefícios acidentários, as causas se concentram nas lesões: dorsalgia; fratura ao nível do punho e da mão; fratura ao nível da perna, incluindo o tornozelo; fratura do pé exceto tornozelo; reação ao estresse grave.

Para a especialista, uma maneira de amenizar o aparecimento de doenças relacionadas com a atividade dos trabalhadores do transporte rodoviário urbano, e também de outros setores de atividade, “seria o investimento na profissionalização das Relações de Trabalho”. Para ela, a legislação é apenas um balizador que na maioria das situações não consegue contemplar todos os aspectos relacionados com fatores desencadeadores das doenças e acidentes de trabalho. “Deve prevalecer o conhecimento e o bom senso na avaliação de cada situação ou condição que possa colocar em risco a segurança e a saúde do trabalhador”, explica a professora.

Isso porque, segundo Anadergh, a falta de profissionalização das Relações do Trabalho resulta em um ambiente de trabalho propício para a ocorrência de acidentes e para o aparecimento de doenças relacionadas com o trabalho, situação que, segundo ela, “traz conseqüências negativas mais complicadas do que se tem conhecimento”, observa.

Fonte blog do Trabalho

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