terça-feira, 25 de setembro de 2012

SST - Absentísmo ou Presenteísmo: qual impacta mais?

A produtividade com alta performance é resultado esperado por quem contrata mão de obra para prestação de serviços de vigilância patrimonial, seja por quadro próprio ou por empresa especializada.
 
Para iniciar com o pé direito é necessário conceituar algumas expressões, como segue:
 
Absenteísmo: Ausência do empregado no local de trabalho, seja por falta ou atraso, devido a algum motivo interveniente.
Presenteísmo: Empregado trabalhando doente.
Rotatividade de pessoal (Turnover): admissões e demissões de empregados.
 
Neste artigo abordaremos todos os conceitos sob a perpesctiva de tomador de serviços.

O Absenteísmo é o mais conhecido e mensurado facilmente por boa parte das empresas tomadoras, ao contrário do prestador, que julga este controle ser sem importância, entendendo que quando envia a cobertura ao cliente está resolvido o problema.
 
O Absenteísmo é menos prejudicial quando se trata de falta e o funcionário é terceiro, porém, em relação aos atrasos, este é um desafio constante e sem solução aparente no curto prazo.
 
Embora o Absenteísmo seja danoso, o Presenteísmo é bem pior, visto que o empregado trabalha doente, com doenças infecciosas, tais como a gripe e a sinusite, ou desvios psicoemocionais, como estresse, depressão, problemas domésticos, mau relacionamento com chefes, que são os mais comuns. Dessa forma, não produzem o esperado, podendo e, dependendo da função e atividade, passarem muito tempo sem gerar resultado satisfatório, o que poderá não ser percebido, uma vez que eles se encontram presentes.
 
Além disso, o presenteísmo é acentuado por desmotivação proporcionada por falta de pagamentos de folga trabalhada, descontos improcedentes, não pagamento de vale refeição e alimentação entre outras justificativas, sendo potencializadas por empregadores teimosos, que mesmo sabendo dos problemas, alegam serem rotineiros e normais e que não é motivo para descontentamento.
 
O Turnover ou a taxa de substituição de trabalhadores antigos por novos normalmente é expressa em termos percentuais pelo tomador de serviços moderno. É tão danoso quanto o Absenteísmo, quando não programado, porém quando programado causa pouco impacto, e pode ser também um indicador de saúde organizacional. Tecnicamente, o turnover pode ser ocasionado por vários fatores, dentre eles:
 
1) Falhas de recrutamento e seleção,
 
2) Baixo comprometimento organizacional - tomador e prestador,
 
3) Problemas com clima organizacional - tomador e prestador,
 
4) Suporte organizacional com problemas,
 
5) Falta de plano de carreira,
 
6) Promoções para outra atividade,
 
7) Migração para outro mercado de trabalho,
 
8) Imcompatilidade com as tarefas, dentre outros.
 
Faremos a seguir, a análise de alguns casos, para melhor compreensão:
 
1) Um operador logístico da baixada Santista, que utiliza serviços de escolta armada regularmente, percebe, em determinado período, o absenteísmo nas equipes, embora tal alteração não afete as atividades a serem desenvolvidas. As atividades de escolta contam basicamente com a presença de homem x veículo e com procedimentos de ação e reação conhecidos pelos vigilantes na academia; portanto, sem perda financeira e baixo impacto nos processos.
 
2) Em um condomínio da zona norte de São Paulo, a percepção de alteração do quadro de terceiros com rotatividade e absentísmo, foi acentuada pelas reclamações dos moradores e visitantes. Neste condomínio, o vigilante, além de se fazer presente, desenvolve atividades de pronto reconhecimento de moradores, facilitando e agilizando o controle de acesso de pessoas e veículos, dentre outras atividades; a rotatividade e o absenteísmo, embora não produzam perda financeira direta, causam alto impacto nos processos e na imagem do condomínio.
 
3) Um grande banco do centro de São Paulo passou por situação semelhante de absenteísmo e rotatividade. Nesse banco, a vigilância é desenvolvida com a presença do vigilante, não havendo, portanto, perda financeira ou alto impacto em processos ou na imagem do banco; por esta razão, não é necessário exercer um controle mais rígido.
 
4) Já em uma indústria de móveis, localizada na cidade de Guarulhos, a rotatividade e absentísmo é sentido tão logo aconteça. Nesta indústria, a vigilância patrimonial desenvolve fortemente as operações de controle de acesso de pessoas, veículos, materiais e bens. Portanto, quando ocorre a rotatividade não programada ou absenteísmo, os processos são afetados imediatamente e a gestão de segurança patrimonial do tomador faz intervenção, quando é possível, a fim de mitigar os riscos.
 
5) Por meio de auditorias regulares e cíclicas dos processos de segurança patrimonial, realizadas pelo tomador, quando se constata não conformidades, inicia-se um processo de análise, avaliando-se entre outros fatores os tipos de treinamentos e evolução, pessoas envolvidas e desempenho, e cria-se um gráfico onde se compara a frequência e tipo dos problemas. Assim, comprova-se que o presenteísmo causa mais perda financeira nesta indústria e o absenteísmo e rotatividade causam mais impacto.
 
6) A família de importante executivo do norte de Minas Gerais, conta com os serviços de vigilância pessoal. Para esta família, toda alteração no efetivo deve ser discutida previamente, conforme contrato. Para eles, a má administração de pessoas resulta em insegurança no desenvolvimento dos processos, portanto, o impacto é altamente negativo.
 
Vimos até aqui uma mescla de absenteísmo, rotatividade e presenteísmo. Pode-se também acrescentar que as férias não programadas, reciclagens, rodízio de postos sem planejamento e treinamentos assistidos sem objetivo claro, são também, fatores que causam impactos e perdas financeiras ao tomador, pela má administração de pessoas pelo prestador.
 
Vale lembrar que os atrasos são tão danosos quanto o absenteísmo, podendo até, ser classificado como presenteísmo.
 
Em busca da solução para os atrasos, algumas empresas determinam que o vigilante atual fique no posto aguardando a rendição; contudo, ele só poderá fazê-lo por até 2 horas. Ocorre que esta empresa não concorda em pagar as 2 horas extras, e considera o empregado não colaborativo, quando este se rebela pela falta do pagamento. O resultado dessa equação não poderá ser diferente: na próxima vez, o vigilante sairá no seu horário, pois, de acordo com seu ponto de vista, a empresa não estimula e nem atende à legislação, não merecendo, portanto, a sua contribuição.
 
Vale lembrar que normalmente o prestador é contratado para administrar a mão de obra, ou seja, os vigilantes e não a gestão (Outsourcing) de segurança patrimonial, portanto, este deve conhecer os processos e seus riscos, do tomador, na fase de prospecção.
 
Obviamente que o tomador tem sua parcela de responsabilidade no processo de seleção do prestador. O escopo às vezes mal elaborado, não tem a descrição exata das necessidades, não define a forma de mensuração de qualidade e desempenho, bem como não formata a reparação, e na maioria dos casos, não são avaliadas pelos pretensos tomadores antes de se falar em proposta comercial.
 
Claro que as falhas efetivamente serão percebidas durante a prestação dos serviços, daí a importância das auditorias, concomitantes com a gestão de segurança do tomador, quando houver, ou quem gerir a segurança patrimonial.
 
Como lição de casa dos casos analisados fica o aprendizado para o tomador, de que, acompanhar de perto os serviços é fundamental e não basta terceirizar, é necessário gerir o contrato.
 
Para o prestador é necessário que o mercado assuma um compromisso pelo bem da atividade de segurança privada, qual seja, prestação de serviço terceirizado de vigilância patrimonial com qualidade e acima de tudo, formação de parceria com o tomador. Dentro desse aspecto pode-se utilizar a ferramenta do PDCA - planejar e desenvolver as etapas e fiscalizar as atividades executadas, esmiuçar as causas negativas e agir com plano de ação a fim de mitigar as perdas e poder atuar na prevenção.
 
Conclui-se que o Presenteísmo, que pelas suas características - (velado ou invisível, parece bom, entre outras) - pode ser comparado às fraudes empresariais, ocorrendo sempre sem serem percebidos e por pessoas de nossa confiança, causando estragos percebidos no longo prazo e que, muitas vezes, podem ser irreparáveis. O Absenteísmo é sem dúvida mais impactante negativamente nos processos do que o Presenteísmo, com baixa perda financeira, entretanto, este necessita de muita atenção por parte do tomador, uma vez que o Presenteísmo pode trazer consequências negativas financeiras catastróficas, culminado, em alguns casos, na interrupção do contrato.


Fonte: Administradores

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