sábado, 10 de setembro de 2011

Bancos - Bancários protestam e lançam campanha por segurança

Em Mato Grosso, assaltos a bancos já fizeram cinco vítimas fatais em 2011; insegurança é flagrante.
Diante do elevado índice de assaltos a agências bancárias e caixas eletrônicos, que já fizeram cinco vítimas fatais, só neste ano, em Mato Grosso, o Sindicato dos Bancários (Seeb/MT) realizou um protesto, nesta quinta-feira (1), em frente à agência central do Banco Bradesco, na Rua Barão de Melgaço.

Os profissionais fizeram o lançamento da Campanha Nacional dos Bancários em Mato Grosso. A campanha busca conquistar melhores condições de trabalho, principalmente no quesito segurança, além de reivindicar reposição salarial e aumento da contratação de novos profissionais.

Segundo o presidente do sindicato, Arilson Silva, Mato Grosso está entre os cinco Estados que mais registraram ocorrências e assaltos, além das já notórias (e violentas) "saidinhas de bancos". A entidade já contabilizou 65 ocorrências de entre assaltos e saidinhas. Essas ações deixaram um saldo trágico de cinco vítimas fatais em 2011.

Na segunda-feira (29), dois vigilantes da transportadora de valores Prosegur foram executados, durante uma tentativa de assalto ao caixa eletrônico do Banco do Brasil, na Galeria Itália Center, no bairro Jardim das Américas, na Capital.

"A insegurança está cada vez pior. Hoje, todos nos tornamos reféns dessa situação, e as instituições bancárias têm que criar medidas urgentes que possam garantir proteção aos clientes, bancários e população em geral. Com a ação na Galeria Itália, está provado que todos são alvos fáceis na ação dos bandidos", disse Silva.

Na manhã desta quinta-feira, MidiaNews flagrou dois funcionários da transportadora de valores Prosegur, durante processo de entrega de valores à agência do Bradesco, da Rua Barão de Melgaço.

Enquanto um se mantinha com arma em punho, ao lado do carro-forte, o outro circulava em meio a uma multidão, com pacotes de dinheiro nas mãos.
Leis antigas

O Sindicato dos Bancários acredita que o descaso das instituições é devido à legislação que regulamenta as normas que devem ser seguidas pelos bancos. A legislação é de 1983 e determina que as instituições utilizem três tipos de proteção. "É muito fácil para os bancos, a legislação os fortalece. As instituições podem utilizar o critério de possuir as três medidas básicas de segurança, que são alarme, vigilantes e monitoramento de imagens. Nas condições atuais, essa legislação é totalmente ultrapassada", criticou Arílson Silva.

O líder sindical destacou, ainda, que as prefeituras, em parceria com a Câmara Municipal e o Estado, devem se mobilizar e acelerar projetos de leis, que obriguem as instituições bancárias a investir mais em segurança.

"Temos dados que comprovam que a melhor proteção contra a saidinha de banco é a utilização dos biombos, que bloqueiam e protegem os clientes, quando eles estão nos caixas. Em Cuiabá, poucos bancos estão cumprindo a determinação, que é uma lei municipal. Mas, sem fiscalização, as coisas não funcionam", disse.
Deficit de 800 bancários

O sindicato alertou, também, que a quantidade reduzida de bancários auxilia nas ocorrências criminosas. Mato Grosso possui um déficit de 800 bancários, sendo que, atualmente, 4,5 mil fazem atendimento nas 285 agências bancárias espalhadas por todo o Estado.

Somente em Cuiabá, segundo o Seeb, existe a necessidade de contratação de 100 bancários, para fornecer um atendimento de qualidade aos usuários e não sobrecarregar os profissionais.

"Podemos usar o exemplo do Banco do Brasil, que criou 13 mil novas contas, para movimentação financeira de funcionários do Estado e da Prefeitura. No entanto, nenhum profissional foi contratado para suprir essa demanda", revelou.

Silva observou que a demora no tempo de espera dos clientes para atendimento faz com que bandidos tenham mais tempo para observar clientes e, depois, assaltá-los.

"O tempo máximo de espera, previsto por lei, é de 15 minutos, porém, com a redução em contratações e demissões que ocorreram, os clientes esperam além desse período", lembrou o sindicalista.

Humor e crítica

No protesto desta quinta-feira, bancários usaram o bom humor para fazer uma crítica sobre a insegurança das agências. Os profissionais encarnaram o papel do cliente, banqueiro, lucro e assaltante.


Fonte: Midia News

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