Pesquisas apontam que 78% dos profissionais brasileiros sentem-se angustiados com relação ao trabalho. De acordo com a International Stress Management Association (Isma), a mais antiga e respeitada associação, sem fins lucrativos, e a única com caráter internacional voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento de estresse no mundo, nos últimos cinco anos, 82% dos profissionais pesquisados apresentavam traços de ansiedade em diversos graus; 52% têm momentos de agressividade em casa, por conta do stress na empresa; 32% têm problemas gastrointestinais. Entretanto, não é preciso recorrermos a pesquisas, para constatar que a pressão do dia a dia e os desafios profissionais, aliados à má remuneração e a condições precárias de trabalho vem deixando muita gente estressada.
O médico Carlos Reinaldo de Souza, com especialização em Medicina do Trabalho, confirma: Os casos de estresse no trabalho são comuns do que se imagina. “O estresse é subestimado nos programas de capacitação e desenvolvimento de pessoal, principalmente nas pequenas e médias empresas. O pior é que o estresse aparece sob forma de variados sinais e sintomas, sendo rotulado sob diversos diagnósticos e deixando ocultas as suas causas básicas”, aponta.
Áreas ligadas à economia e às finanças, destacando-se os bancos e o comércio, estão entre as que mais apresentam trabalhadores com estresse, além de setores de transporte, com ênfase nos motoristas de ônibus urbanos; atividades ligadas à segurança pública, especialmente as que envolvem as polícias Militar e Civil: “Entre as profissões liberais, a medicina ocupa lugar de destaque, ao lado do magistério”, completa.
O estresse pode se tornar uma doença psiquiátrica, que age como fator agravante de várias outras doenças, especialmente as cardiovasculares, digestivas e neuroendócrinas. Assim, a hipertensão arterial, a doença arterial coronariana e cerebral, a úlcera péptica, o diabetes, a obesidade, problemas da tireóide e inúmeras outras doenças são agravadas ou se tornam de difícil controle, caso o paciente esteja vivendo sob estresse aumentado: “Se os sinais e sintomas se tornarem mais graves, será necessário o afastamento do trabalhador. Na verdade, o estresse não é uma doença, mas um estado de enfrentamento de situações críticas ou grandes desafios que exigem respostas imediatas, por exemplo, o cumprimento de metas ambiciosas, em curtos prazos. É o chamado modelo competitivo, onde cada um é obrigado a alcançar resultados cada vez mais desafiadores, portanto mais difíceis e, às vezes até impossíveis de serem conquistados”, pontua o médico, que também é professor pós-graduado em Bioética pela PUC-Minas. Contatos: carlosreinaldosouza@gmail.comcarlosreinaldosouza@gmail.com e climef@viareal.com.brclimef@viareal.com.br . Telefones: (31) 3721-1002 e (31) 9345-6275.
O psiquiatra Antônio César Abrantes Machado, por sua vez, revela que muitas pessoas o procuram, expondo problemas com o trabalho: “É a verdade de quem me diz estar sendo sufocado pela imposição inaudita daqueles que têm o poder de decidir sobre milhares de pessoas, que trabalham por um salário mísero que sequer dá conta de pagar as dívidas infindas”, relata.
Fonte: Jornal Correio da Cidade
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