O empresário Eduardo Américo Gonçalves Toniolo, de 61 anos, negou ontem a acusação feita pela polícia de que seria tóxico o material depositado em um terreno vizinho a sua empresa, a Revidrex Comércio e Reciclagem Ltda., localizada às margens da Via Dutra, Km 265, no bairro Boa Vista I, em Barra Mansa.
Eduardo chegou a ser detido na terça-feira pelo delegado adjunto da 90ª DP, Michel Floroschk. Ele foi indiciado em cinco crimes ambientais e ainda, por crime de redução a condição análoga de escravos, já que o policial alegou ter encontrado mais de 20 funcionários trabalhando sem equipamentos de segurança sobre o sol escaldante. O empresário responderá em liberdade pelos delitos em que foi autuado após pagar fiança no valor de R$ 10,9 mil.
Eduardo Toniolo disse que o material encontrado pelos policiais civis é composto por escórias e refratários que não são poluentes e nem tóxicos. Ele negou ainda, a acusação do delegado que próximo a sua empresa exista um córrego e que o lençol freático estaria contaminado.
- A escória pode ser adquirida por qualquer pessoa física e jurídica, e servem para colocação em aterros e pavimentação. O local, onde está o material está armazenado, não há perigo de contaminar o solo, porque não se trata de produto tóxico - disse o empresário.
Toniolo explicou que trabalha com beneficiamento de material refratário inerte, que recebe de usinas siderúrgicas.
- Após o beneficiamento, eles (materiais) retornam para essas empresas metalúrgicas, onde são consumidos junto com o aço, como matéria prima - prosseguiu Toniolo.
- A Revidrex é uma empresa que dá uma destinação correta a esses materiais, retornando com eles para as empresas geradoras - explicou Eduardo.
Ele justificou que depositou o material no terreno vizinho porque estava sem espaço em sua empresa, cuja área tem licença ambiental. Segundo ele, a Revidrex funciona desde 2000 e trabalha para grandes empresas.
- Recentemente, ganhei uma concorrência de compra de material, e as carretas não conseguiram subir a rua de acesso à empresa. Por isso, esse material, ou seja, aproximadamente 300 toneladas de refratário (cerâmica utilizada em locais onde há altas temperaturas, como altos fornos), foi depositado num terreno de um vizinho temporariamente, para depois ser transferido para uma área adequada na minha empresa, que é licenciada pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) - explicou.
Sobre a acusação feita pelo policial de que encontrou cerca de 20 funcionários da empresa trabalhando sem uniformes de segurança, Toniolo alega que a denúncia é inverídica. Ele afirma que pode provar, por meio da folha de pagamento, que os cerca de 30 funcionários da Revidrex recebem salários acima do piso das categorias, além de cestas básicas.
- Também me disponho a apresentar os laudos dos exames de saúde que são exigidos pelo Ministério do Trabalho. Todos os meus empregados recebem uniformes e equipamentos de proteção individual e dentro da empresa existe um controle de entrega de equipamentos de proteção individual (E.P.I), além de placas localizadas em vários pontos do estabelecimento, orientando sobre esses equipamentos. Sem falar que os funcionários recebem treinamentos tanto de uso dos equipamentos quanto da operação desses materiais. A empresário possui ainda um ótimo refeitório e vestiário - afirmou.
O empresário também explicou que na terça-feira, quando os policiais estiveram no terreno próximo à sua empresa, apenas existia um tambor contendo refratário moído, tombado e destampado, que foi acondicionado em local próprio no mesmo dia em que ocorreu o acidente.
Ele disse que o tambor que aparece na foto cedida da Polícia Civil e divulgada pelo DIÁRIO DO VALE na reportagem divulgada na página 6, da edição de ontem, estava dentro da área da empresa, que é licenciada pelo Inea, e não no terreno vizinho.
Em nota, o empresário Eduardo Toniolo disse que coloca à disposição a quem interessar, toda a documentação relativa aos empregados de sua empresa, mencionada nesta matéria, tais como PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e PCMSO ( Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional), todos os exames médicos periódicos, admissionais e/ou outros, folha de pagamento com salários praticados acima do piso salarial das categorias, documentos comprobatórios de compra e entrega de cestas básicas, uniformes e Equipamentos de Proteção, bem como refeitório, banheiro e vestiário.
Fonte: Diário do Vale
Nenhum comentário:
Postar um comentário