Quatro operários foram soterrados no final da manhã de ontem após terem sido deslocados para trabalhar dentro de uma escavação, com cerca de quatro metros e meio de profundidade, supostamente sem condições adequadas de segurança. Dois deles, Francisco Cirilo da Silva, 31 anos, e Abraão Teixeira Figueiredo, 18 anos, morreram a caminho do Hospital Metropolitano. Dois deles foram retirados com vida, Edílson Ferreira Vieira, e Gleuson Cavalcante Monteiro. Segundo a assessoria de comunicação do hospital, Edílson teria sofrido traumatismo craniano, está entubado em estado grave. O estado de Gleuson era estável.
Os dois foram contratados pelo Consórcio da Construtora Castelo Branco e Fujita, cuja obra é realizada pela MM Construções. Eles trabalhavam há cerca de um mês na construção de um sistema de esgotos. No entanto, somente um plástico fazia a proteção para que a encosta não encharcasse, mas não conteve o aterro na hora do acidente.
O SOCORRO
Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Samu, com ajuda de trabalhadores, fizeram o resgate das vítimas. Os operários ficaram soterrados por cerca de uma hora e meia. O resgate levou uma hora, segundo os bombeiros. “Quando chegamos ao local, um trabalhador estava soterrado da cintura para baixo. O restante ficou em um bolsão de ar, próximo a um dos tubos de concreto que estavam colocando”, revelou o Coronel Moraes, comandante de operações do corpo de bombeiros.
O coronel disse que a obra não seguiu normas de segurança.
“Os operários estavam trabalhando muito fundo, em uma vala que chegava a 3 metros de profundidade, mais ou menos. E a única medida para evitar a ação da água era um plástico preto para escoar a forte chuva que caia. Era necessário placas de compensado e escoras na parede”, afirmou. Um ajudante de pedreiro contou que a terra deslizou com o peso do concreto.
Empresas lamentam e afirmam apoio às famílias dos operários
A construtora se pronunciou em nota via assessoria jurídica. Afirma que “a Diretoria da empresa lamenta profundamente o ocorrido na obra do Consórcio da Construtora Castelo Branco e Fujita “. Esclarece “que o fato ocorreu no momento em que estava sendo executado o serviço de escavação para passagem de tubulação, obra essa situada na área periférica do terreno junto ao muro”. Informa, por fim, que “adotou todas as providências necessárias para amparo dos envolvidos com o intuito de minimizar as consequências, e que já está sendo realizada pericia técnica no local objetivando identificar a causa do acidente”
A Construtora Castelo Branco também se manifestou por meio de nota. Informou que estão “apurando as causas do deslizamento. Uma equipe técnica responsável estava no local e todos os operários possuíam Equipamentos de Proteção Individual. Lamenta e garante assistência às famílias. A MM Construções não foi encontrada.
Fonte: Diário do Pará
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