quarta-feira, 7 de março de 2012

Bancos - Bancários não concordam com retirada de portas giratórias de agências

Com o objetivo de assegurar o funcionamento das portas giratórias nas agências bancárias, bem como o sistema de segurança desses estabelecimentos, a Câmara Municipal de Campo Grande reuniu ontem (29) representantes de diferentes segmentos ligados ao setor bancário durante a audiência pública ocorrida na sede da Casa de Leis.
A reunião girou em torno dos procedimentos utilizados pelas agências bancárias no controle de entrada e saída de clientes e a possível desativação das portas giratórias nas agências. O assunto foi amplamente debatido por sindicalistas que defendem não apenas a manutenção das portas de segurança, mas também outros acessórios que possam colaborar para favorecer a integridade física de cada pessoa que entrar e sair de uma agência bancária.
 Em Campo Grande, existe a intenção de retirada das portas giratórias, porém o Sindicato dos Bancários é contra. Para a presidente do Sindicato dos Bancários, em Campo Grande, por exemplo, Iaci Rodrigues Azamor Torres, tanto os funcionários das agências como os clientes necessitam de segurança e por isso o debate sobre o assunto se faz necessário. “O ambiente bancário é um lugar estressante onde pessoas procuram soluções para os seus problemas e o primeiro contato da população com o banco é por meio da porta de entrada. Fomos pegos de surpresa com a possível retirada das portas giratórias, em função das ações indenizatórias de clientes que se sentiram constrangidos por serem barrados ao entrar no banco. Pelos lucros publicados, percebe-se que não há qualquer prejuízo com gastos em indenizações. Campo Grande tem uma lei de 1997 que a 7.796 que obriga a instalação de portas giratórias. Precisamos de um debate para aprimorar essa lei para não permitir que haja um retrocesso”, argumentou a sindicalista.
Representando a Federação Brasileira de Bancos – Febraban - Vigilio José Ribeiro, lembrou que a segurança dos bancos é regida por uma Lei Federal 7072 que regulamenta e disciplina todo o funcionamento dos bancos. “Nenhuma agência pode funcionar sem um plano de segurança, se a aprovação prévia da Polícia Federal. Nessa nova legislação vigente existem alguns itens de segurança que são obrigatórios como vigilantes armados, a agência também não pode funcionar sem um sistema de alarme ligado a uma unidade da Polícia Militar ou empresas terceirizadas”, explicou.
Ribeiro acrescentou ainda que qualquer modificação da lei no que se refere a segurança em bancos serão necessários dados técnicos. “Acho saudável uma iniciativa pública para discutir assuntos de interesse público como esse. Não somos contra medidas do Executivo Municipal ou Estadual desde que as iniciativas apresentem aspectos tangíveis de segurança”, disse o representante da Febraban.
Já o chefe da Policia Militar de Campo Grande, Guilherme Gonçalves, descordou da possível retirada das portas giratórias dos bancos alegando que a segurança pública vive um momento delicado e sugeriu o acréscimo de mais itens de segurança para as agências. “Estamos prestes a ter atividades esportivas no país, Copa do Mundo, Olimpíadas, o meu receio é que esses eventos levem investimentos maciços para outros estados, e deixem de outros. A sociedade clama por tecnologia e dentre elas as portas giratórias são importantes e precisam ter permanência garantida”, observou Gonçalves.
Levantamento feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – Contraf- e da Confederação Nacional dos Vigilantes revela que 49 pessoas foram assassinadas em 2011 no país em decorrência de assaltos em agências bancárias. O número é 113,04% maior que o registrado no ano anterior.
Em Mato Grosso do Sul só nos últimos 12 meses foram registrados cerca de cinco assaltos a mão armada, mesmo em agências com porta de segurança e alarmes. “Fizemos uma lei de minha autoria junto com o vereador Herculano Borges que prevê a instalação de um sistema de segurança e monitoramento de câmeras de vídeo nas instituições bancárias, financeiras públicas, privadas em agências e postos de atendimento no município de Campo Grande para inibir os roubos nas saidinhas de bancos. Tem agência bancária que não está preocupada com o cliente, mas temos de fazer a nossa parte e as portas giratórias são importantes. A Câmara Municipal de Campo Grande está fazendo a sua parte”, disse o vereador Carlão.
A audiência pública foi realizada pela Comissão de Segurança Pública da Câmara e presidida pelo vereador Marcos Alex (PT). Ao final da reunião, o vereador informou que será feito um relatório da audiência para ser encaminhado a Febraban, no qual será exposto o posicionamento contrário dos parlamentares da capital e o de toda a categoria bancária. Segundo o parlamentar, caso haja a insistência da retirada das portas giratórias o município poderá realizar uma manifestação popular para impedir que o fato aconteça.


Fonte: A Crítica

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