Resenha da Imprensa
As mais recentes ondas de revolta popular contra governos no norte da África tiveram o apoio maciço de milhares de jovens desempregados, os “shahab atillen”, termo árabe que os designa no Egito ou “hittistes”, gíria franco-árabe que nomeia os que ficam “encostados no muro”.
Todos enquadram-se sob a sigla NEET, em inglês “not education, employment, or training”, ou seja, sem escola, emprego e capacitação, diz a reportagem do início do mês da revista Bloomberg Businessweek traduzida praticamente na íntegra pelo jornal Valor em sua edição desta quarta-feira.
Segundo a reportagem, intitulada “A bomba dos jovens desempregados”, o fenômeno atinge todos os países que não conseguem gerar empregos num volume suficiente para assimilar a demanda dos jovens egressos das universidades.
Sem ter uma ocupação, eles acabam formando a massa que bate (ou arromba, como na Tunísia) à porta dos governos em busca de reformas profundas que signifiquem o fim das velhas estruturas consolidadas de poder.
À revista, o executivo-chefe da Manpower, de RH e presente em 82 países, Jeffrey A. Joerres afirmou: “o desemprego entre jovens será a epidemia da próxima década, a menos que no enfrentemos já”, na tradução do Valor.
Conforme a reportagem, citando dados da OIT, o desemprego entre jovens no Oriente Médio e norte da África é um dos mais altos do mundo, em torno dos 24%. O problema se agrava, segundo outra fonte ouvida pela revista porque nesses países não vigora a democracia.
“A taxa de desemprego na Espanha é maior que no Egito mas os jovens europeus não querem derrubar o governo”, diz a matéria.
Fonte blog do Trabalho
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