O presidente da ONG Repórter Brasil, que atua no combate ao trabalho escravo, Leonardo Sakamoto, apresentou nesta quinta alguns dados sobre o problema no Brasil. Segundo ele, o estado que mais fornece mão de obra escrava é o Maranhão já que entre os anos de 2003 e 2009 quase 30% dos trabalhadores resgatados eram maranhenses. Além disso, 40% do total de resgatados nos últimos 16 anos eram analfabetos. Cerca de 40 mil pessoas foram libertadas nesse período em aproximadamente 2.800 fazendas de todo o país.
Sakamoto participou nesta manhã do encerramento da segunda semana nacional de Combate ao Trabalho Escravo que ocorre no Senado Federal em reunião da Frente Parlamentar Mista pela Erradicação do Trabalho Escravo com a Frente Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. O encontro contou com a presença de Luiz Machado, da OIT e de Vera Albuquerque, secretária de Inspeção de Trabalho (SIT) do MTE.
Ainda conforme a ONG Repórter Brasil, 82% do pessoal resgatado no Brasil têm entre 18 e 44 anos e permanecem sob regime análogo ao da escravidão por aproximadamente quatro meses.
“O perfil do trabalhador escravo no Brasil é majoritariamente o do safrista, aquele que não tem relação de emprego fixa com os empregadores”, disse Sakamoto. Ainda segundo ele, há uma relação entre o desmatamento ilegal na região amazônica com o trabalho escravo.
“Em São Felix do Xingu (PA) isso é claro. É um município em que o trabalho escravo está atrelado à expansão das fronteiras agrícolas”, afirmou.
Para o ex-senador Jose Nery (PA), qua atuou da Frente Parlamentar mista contra o trabalho escravo, o modelo de fiscalização adotado no Brasil está dando certo. Ele ressalva, no entanto, que é preciso ampliar o número de auditores fiscais que atuam no combate ao problema no campo.
“Esses 40 mil resgatados nos últimos 16 anos foram libertados por causa dos grupos especiais móveis de fiscalização do MTE. Precisamos agora lutar pela ampliação deles”, comentou.
Fonte blog do Trabalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário