segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Pleno emprego já é realidade na Construção Civil

O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sérgio Bessa, acredita que a situação de pleno emprego já é muito clara na Construção Civil. “Nesse setor está faltando desde o cargo mais baixo até engenheiros e gestores de obras. Mas diversos outros setores também sentem isto. Outro dia, fiz uma pesquisa particular em um Shopping, entrando em algumas lojas e perguntando se estavam precisando de vendedores. A resposta foi sim em 60% delas. Em uma grande churrascaria fiz esta pergunta ao maïtre, e ele me disse que estava com déficit de 15 funcionários entre garçons, copeiros e cozinheiros. Disse que além de não conseguir contratar, os que tinha estão saindo para outras atividades melhor remuneradas, como a própria construção civil”.
No entanto, ele ressalta que a falta de qualificação na mão de obra no Brasil existe há muito tempo. “Não é de hoje. Apenas estamos vendo o agravamento disto, à medida que a procura por mão de obra especializada cresce como agora. O que precisa ser feito é parar com o discurso de que a culpa é sempre dos outros. No Brasil, gostamos de terceirizar tudo, principalmente a culpa”, afirma Bessa.

Para o administrador, este quadro só vai melhorar com uma parceria entre os três poderes, juntamente com as empresas, centrais sindicais e trabalhadores. “Com cada um assumindo o seu papel neste problema e conscientizando-se de que sem a melhora na qualificação e a consequente melhora da produtividade, o pleno emprego poderá ser apenas uma melhoria temporária, e não definitiva, como queremos”.

Bessa termina lembrando que o Brasil é a nação que mais derrubou sua taxa de desemprego entre o pré-crise, no primeiro semestre de 2008, e o pós-crise, no primeiro semestre de 2010. “A comparação mais simbólica ocorre entre Brasil e Estados Unidos. Enquanto os americanos viram sua taxa de desemprego média saltar de 5,2% entre janeiro e junho de 2008, antes da crise mundial, para 9,7%, em igual período de 2010, o desemprego brasileiro caiu de 8,2% para 7,3%, na mesma comparação”. (LJ)

Fonte blog do Trabalho

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