quinta-feira, 17 de março de 2011

Prevenção - Plano contra incêndio é feito por poucos na cidade de Canoas

Das cerca de 70 mil economias, 8 mil estão cadastradas nos Bombeiros.

Canoas - Menos de 10% das cerca de 70 mil empresas e edificações de pequeno, médio e grande portes em Canoas não têm ou não registram seu Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCIs). A informação, que acende o sinal vermelho na prevenção de sinistros, é do Corpo de Bombeiros. Comandante da unidade, o capitão Julimar Fortes Pinheiro destaca que a corporação registrava, até a última semana, 8.244 cadastros de PPCIs. Mas eles não representam necessariamente a existência de Planos. "Em resumo, não sabemos se está havendo respeito às normas, mas também não quer dizer que estejam inadequadas", pondera.
Lei estadual desde 1997, o PPCI estipula exigências para instalação e fiscalização dos sistemas de proteção e prevenção de incêndios. Determina que edificações multifamiliares – empresas e condomínios – estão obrigadas a cumprir as exigências. "Os itens de segurança vão desde a presença de extintores até sistemas mais complexos, tudo depende do tipo de economia", explica o comandante dos Bombeiros. Ele orienta que empresas e edificações anteriores à lei busquem adequação por meio da Prefeitura e Corpo de Bombeiros.
Prédios públicos de

Canoas buscam adequação

A Secretaria Especial de Comunicação informa que tramita junto à Comissão Permanente de Licitação, da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão, processo para contratação de uma empresa especializada na engenharia e segurança do trabalho, visando as adequações a possíveis condições de risco nos ambientes de trabalho da Prefeitura. Conforme a Secom, a equipe de prevenção realiza levantamento técnico junto aos imóveis próprios e locados da Prefeitura, no intuito de identificar, avaliar riscos e classificá-los no desenvolvimento do PPCI.

Condição dos hidrantes

Item fundamental no apoio aos Bombeiros em casos de incêndios, os hidrantes de Canoas estão em boas condições. É o que diz Luciano Donetto, gerente operacional da Corsan, ao esclarecer que dos 93 equipamentos existentes, 63 atendem as especificações dos Bombeiros, a maioria no Centro e muitos instalados na entrada de condomínios. A revisão e a manutenção cabe aos Bombeiros e a instalação de novos equipamentos à Corsan. Conforme Donetto, estudo em conjunto com a Brigada Militar busca definir novos pontos de instalação de hidrantes no Loteamento João-de-Barro e Mathias Velho, próximo à vila Bom Sucesso.

Sem o plano, sem alvará

Conforme o gerente de projetos do Escritório do Empreendedor, Marcelo Barcelos Von Marées, as empresas que não têm o Plano de Prevenção de Incêndio e não regularizam a situação dentro do prazo determinado pelo Corpo de Bombeiros têm o alvará de localização cancelado. Segundo Marcelo, a fiscalização nas empresas fica sob a responsabilidade dos Bombeiros, já que a Prefeitura não teria competência para julgar esse tipo de plano. Marcelo concorda com a informação de que o número de empresas irregulares é grande, mas não sabe precisar: "Sei que muitas estão em processo de regularização."

POR QUE É IMPORTANTE

Conforme o capitão Julimar Fortes Pinheiro, o plano de prevenção e combate a incêndio auxilia tanto o proprietário na hora que identificar um início de fogo quanto ao trabalho do Corpo de Bombeiros. "Ele serve para que nós saibamos quais meios dispomos para realizar o combate", ressalta.

Fortes cita como um dos exemplos a importância da saída de emergência, que garante a evasão tranquila das pessoas, e também uma entrada segura para os Bombeiros entre as exigências do plano.

Com tudo em dia

Em um depósito de bebidas na rua Dona Rafaela, a fiscalização do Corpo de Bombeiros foi positiva, sem encontrar irregularidades. No local, três extintores de incêndio, saída de emergência bem sinalizada e luzes de emergência garantiam a segurança no caso de um sinistro. "Ano passado tivemos um incêndio na câmara fria, então sabemos a importância de estar com tudo em dia", adianta o proprietário Paulo Castro.

Carência de servidores

A rapidez na análise e fiscalização dos Planos de Prevenção Contra Incêndios esbarra na carência de recursos humanos dos Bombeiros. "Temos um servidor que analisa a documentação e outros dois que fazem a vistoria", revela o capitão Julimar Fortes Pinheiro. Ele afirma que mesmo assim a equipe trabalha de forma intensiva pela aplicação das normas.

SAIBA MAIS

O Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) tem validade de 12 meses, precisando obrigatoriamente ser renovado ao final desse período junto aos Bombeiros.

Luis Inácio Sebenello, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS), frisa que somente profissionais cadastrados no Conselho estão habilitados a elaborar PPCIs. "Se busca a preservação da vida e os sinistros acontecem pela falta de dispositivos adequados para contê-los", enfatiza Sebenello.

Sebenellon assinala que cada projeto e execução de obra exigem a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), que permite ao Crea identificar o profissional responsável pela engenharia de segurança do empreendimento.

Fonte: Diário de Canoas

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