As empresas estão permanentemente vivenciando diferentes práticas organizacionais, o que tem criado novas filosofias de trabalho. A partir dos anos 80, a ideia de manter as organizações bem-sucedidas a longo prazo, bem como a competitividade decorrente da globalização dos mercados, levou as empresas a incorporar o aspecto sustentabilidade social na gestão dos negócios. Além disso, acredita-se que o diferencial competitivo de uma organização decorrerá do comprometimento das pessoas. Dessa forma, tem ocorrido um grande investimento no ambiente de trabalho.
Um bom ambiente de Segurança e Saúde Ocupacional, por onde permeia a Ergonomia, se tornou um desses investimentos e segundo pesquisadores da área, é uma das principais responsabilidades sociais de uma empresa.
A Ergonomia se desenvolveu a partir da II Guerra Mundial devido aos esforços de profissionais de diversas áreas de atuação como fisiologistas, psicólogos, antropólogos, médicos e engenheiros.
Na prática, os objetivos da Ergonomia, de acordo com o doutor em Engenharia de Produção Itiro Iida, são a segurança, a satisfação e o bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos. A eficiência viria como um resultado acessório uma vez que a Ergonomia visa, em primeiro lugar, o bem-estar do trabalhador.
O programa de Ergonomia de uma grande empresa visa não somente atender à legislação e aumentar o conforto de seus empregados, mas também melhorar a sua produtividade e consequentemente obter mesociotécnicos que se interagem, e a aplicação do que se entende por projeto de interações no contexto de cenários reais.
De acordo com Itiro Iida, as definições de Ergonomia ressaltam o caráter interdisciplinar e o objeto de seu estudo. Isto é, a interação entre o homem e o trabalho, considerando o sistema homem-máquina-ambiente.
A AIE (Associação Internacional de Ergonomia) a definiu como uma disciplina científica, que trata da compreensão das interações entre os seres humanos e outros elementos de um sistema, e a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visam otimizar o bem-estar humano e a performance global dos sistemas.
Conforme John Wilson, ao lidar na prática com fatores humanos e objetivos de bem-estar dos indivíduos e organizações, a Ergonomia requer não somente prática como teoria, modelos e métodos.
Segundo a AIE, a Ergonomia pode ser caracterizada em três domínios de especialização: Físico, Cognitivo e Organizacional. No quadro 1, Domínios de especialização da Ergonomia, estão as diferenças entre os três grupos.
Essa classificação tem sido utilizada com fins didáticos, para uma melhor compreensão do conceito de Ergonomia. Segundo o pesquisador Waldemar Pacheco e colaboradores, na realização de tarefas dentro das organizações ocorre uma dissonância cognitiva decorrente do trabalho em equipe, ocasionando, assim, a intervenção dos três domínios.
Na prática, conforme o pesquisador, os profissionais da Ergonomia atuam no "planejamento, projeto e avaliação das tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas, tornando-os compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas". Portanto, os três domínios de especialização são conjuntamente compreendidos.
Fonte: Revista Proteção
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