Por Vanessa Corrêa
Se o crescimento da participação dos mais velhos no mercado de trabalho apurado pela RAIS está relacionado à longevidade maior do brasileiro, esta, por sua vez, vincula-se à diminuição das taxas de mortalidade e de fecundidade, disse ao blog a técnica do IBGE, Lucia Cunha.
Na opinião de Lucia Cunha, o envelhecimento da população brasileira está atrelado à redução da mortalidade. “A taxa de mortalidade era muito alta, mas na década de 40 e 50 começou a cair. Isso ocorre devido às melhores condições de saúde e ao surgimento de vacinas e antibióticos. Assim, as pessoas estão chegando à terceira idade. Hoje, por exemplo, vive-se de 10 e 20 anos com doenças crônicas. A mortalidade está sendo adiada”, afirmou.
Além de mais idosa, a população brasileira nasce em ritmo menor.“Nas décadas de 40 e 50 a taxa de fecundidade era muito alta, era de 6%, ou seja, 6 filhos por mulher. Hoje a taxa é menos de 2%, ou seja, ela está abaixo da taxa de reposição. Hoje está nascendo menos pessoas”, lembrou Lucia Cunha.
De acordo com ela, o envelhecimento no Brasil evolui rapidamente. “Os países da Europa passaram por ele durante um período de mais de 100 anos, demorou muito. Já o Brasil vem fazendo essa transição em cerca de 30, 40 anos. A queda de fecundidade está tão rápida que estamos alcançando alguns países da Europa”, disse Lucia.
Segundo a PNAD de 2009 existem 21 milhões e 700 mil idosos no Brasil, o que representa 11,3% da população com tendência de alta. “O número de crianças vem diminuindo até o momento que haverá mais idosos que crianças menores de 14 anos. Em cerca de 20, 30 anos, isso vai acontecer”, afirmou Lucia.
Mercado
Em relação à participação dos idosos no mercado de trabalho, Lucia Cunha aposta que isso se acentuará porque os jovens estão adiando o ingresso na vida profissional. Eles estão estudando por mais tempo e quando atingirem a idade para se aposentar vão permanecer mais tempo no mercado de trabalho”, prevê.
Em 2009 havia 29,3% de idosos com mais de 60 anos no mercado de trabalho, segundo dados na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE.
Fonte blog do Trabalho
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