segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Uma atividade em transformação

Por Lyvia Justino

A figura dos porteiros nos condomínios de todo o país sempre foi muito conhecida por ser um “amigo” que sempre está disponível para ajudar o morador. Mas com o desenvolvimento das cidades e o aumento da violência e de assaltos em condomínios, esse profissional passou a ser peça chave na segurança dos prédios e casas residenciais.

De acordo com o vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Hubert Gebara, o perfil do porteiro mudou. “Antigamente, aqui em São Paulo, o porteiro recebia correspondência, evitava que estranhos entrassem no prédio, recebia entregas que chegavam para os condôminos. As portarias eram no corpo do prédio. Hoje não é mais assim. Hoje ele tem uma guarita separada do corpo do prédio, blindada e tem que controlar a entrada de pedestres, automóveis, a chegada de correspondência e ainda acompanhar pelo sistema de segurança o que está acontecendo em todo o condomínio”, explica.

Gebara ressalta que atualmente o porteiro é muito mais exigido no que diz respeito a tecnologia e tem que estar preparado para essas exigências. Para atender a essa necessidade, o Secovi-SP realiza treinamentos específicos tanto com os funcionários dos edifícios quanto das administradoras que prestam serviços para esses condomínios. Ainda distribuem cartilhas para os condomínios de São Paulo que abordam assuntos como a melhoria da segurança no condomínio, combate e prevenção de incêndios, problemas hidráulicos e elétricos, entre outros.

Também já é possível encontrar em alguns condomínios de São Paulo, além da figura do porteiro, a do vigia. “Nesse caso, o porteiro é responsável por cuidar da portaria, ficar na guarita, e o segurança percorre os espaços do prédio, como jardim, garagem e área de lazer. Nunca deve ficar na calçada porque pode ser rendido mais facilmente, por exemplo. Também não deve estar armado porque não queremos levar armas para dentro dos condomínios”.

Em relação ao adicional de periculosidade aprovado pelo Senado no início de setembro, o vice-presidente do Secovi-SP acredita que é mais importante ter um ambiente de trabalho adequado do que dar o adicional ao trabalhador. “No seu emprego você precisa ter um salário que considere justo, mas tem que ter um local apropriado para trabalhar, entre outras coisas. Nesse caso, é muito mais importante ter guarita bem localizada, blindada, com banheiro para que o porteiro não tenha que se afastar, com insufilm e um botão de pânico para acionar em caso de algum problema. Isso dá muito mais segurança do que aumentar 30% no salário. O porteiro não é a única vítima dos bandidos”, esclarece.

O Secovi-SP calculou que, se for considerado três porteiros trabalhando no condomínio, com os encargos e benefícios trabalhistas, esse adicional de periculosidade significará, em médio, um aumento de R$ 20 mil por ano para o condomínio. Em um edifício com 40 apartamentos seriam R$ 500,00 por ano para cada proprietário.

Fonte blog do Trabalho

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