Nelson Nicoletti pesquisava rede de esgotos quando a terra do barranco caiu sobre ele; foram dois minutos de agonia até a retirada com vida do funcionário.
Por pouco um funcionário do DAE (Departamento de Água e Esgoto) não morre soterrado na manhã desta terça-feira. O encanador Nelson Nicoletti, 56 anos, pesquisava uma rede de esgoto na rua Chiyo Otake, quadra 2, Vila Nipônica, quando, às 9h45, a terra retirada do barranco para a execução do serviço caiu e o soterrou na vala. Quatro colegas que também faziam o serviço o retiraram do local cerca de dois minutos após o acidente. Segundo o DAE, a vala tinha 1,30 metro de profundidade por 1,20 metro de largura. Nicoletti tem 20 anos de serviços prestados ao DAE e, de acordo com o departamento, é a primeira vez que acontece um acidente com ele. "É um funcionário muito experiente. Foi uma fatalidade e a Divisão Técnica está apurando o que houve no local", afirmou o DAE por meio de assessoria de imprensa. Este é o segundo acidente ocorrido nesta semana com funcionários do departamento. No último domingo, a roda dianteira de um veículo se soltou enquanto trafegava na avenida Darcy Cesar Improta, na Vila Santa Luzia. O motorista não se feriu.Nicoletti foi levado ao Pronto Socorro Municipal e já recebeu alta. Ele contou aos colegas que conseguiu respirar graças à bolsa de ar que se formou no capacete que usava no serviço. O encanador vai permanecer de licença médica por sete dias.NegligênciaO Sinserm (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais) acusa o DAE de negligência na manutenção dos equipamentos e também de "sucateamento humano". Valdecir Rosa, diretor do sindicato, disse que diversas acusações são feitas por funcionários do departamento e que o acidente desta terça poderia ter sido evitado se a direção tivesse ouvido às várias reclamações de seus funcionários. "Vamos solicitar à Câmara uma comissão de investigação pela negligência e falta de planejamento deles [DAE]. Esse acidente já era previsto. Por que não instalaram as rampas de escoramento na vala?", questiona. O DAE afirma que rampas de escoramento impedindo deslizamento de terras em manutenção das redes de esgoto são recomendadas em valas com profundidade acima de 1,5 metro. "Não era o caso, pois o local tinha 1,30m", destaca a assessoria, que diz ainda que todas as acusações serão apuradas pela Divisão de Planejamento Técnico e Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Em 2009, o DAE registrou 21 acidentes com funcionários, sendo 18 em exercício da função e 13 no trajeto de ida ou volta ao trabalho. Em 2010, foram oito ocorrências - seis em exercício e duas no trajeto.
Fonte: Rede Bom Dia
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