quarta-feira, 26 de maio de 2010

Seg. de Acervos - Comunidade cientifica critica (in)segurança.


Comunidade científica internacional questiona condições de segurança em museus brasileirosO incêndio que atingiu o laboratório de répteis do Instituto Butantan, na zona oeste de São Paulo, na manhã do último sábado (15), repercutiu entre a comunidade científica internacional e arranhou a imagem do Brasil.Segundo o diretor do museu de Zoologia da USP, Hussam Zaher, curadores de exposições e diretores de museus de todo o mundo já começaram a enviar mensagens de apoio, mas também cheias de questionamentos, sobre como estariam sendo conservadas as coleções científicas no Brasil. Um e-mail enviado pelo Dr. Alain Dubois, curador e chefe da Herpetologia do Museu de História Natural de Paris, por exemplo, questionava a existência de equipamentos anti-incêndio no prédio que pegou fogo no último sábado."Me pergunto como isso pode ser possível em 2010. Não havia proteções contra incêndios neste edifício, como existem em muitos museus na Europa e nos EUA?", questiona o curador do museu parisiense."Perdemos mais com o incêndio do Butantan do que se tivéssemos queimado dezenas de bibliotecas", diz pesquisadorO prejuízo científico resultante do incêndio que atingiu o laboratório de répteis do Instituto Butantan, na zona oeste de São Paulo, deixou os pesquisadores estarrecidos, segundo relatos ouvidos pelo UOL Notícias. O fogo do último sábado (15) destruiu boa parte do acervo composto por cerca de 85 mil exemplares de serpentes, além de mais de 400 aracnídeos, entre aranhas e escorpiões.Dubois termina a mensagem propondo que os pesquisadores brasileiros explorem esta questão por meio de um artigo. Ele sugere que o texto aborde a quantidade de recursos investidos no Brasil nos últimos anos em vários aspectos do estudo da biodiversidade.No e-mail, Dubois deixa claro que a ideia não é apontar os erros do Brasil, mas, sim, aproveitar a ocasião para alertar para a necessidade de proteger coleções de história natural, "que vão desempenhar um papel crescente no estudo da biodiversidade nas próximas décadas, especialmente no que diz respeito às espécies que se tornarão extintas".Zaher afirma que, "como não poderia deixar de ser, a comunidade internacional questiona como o Brasil, um país com um peso tão grande no meio da biodiversidade, pôde deixar que uma coleção daquela envergadura queimasse em chamas".O pesquisador brasileiro acredita que o incidente arranhou bastante a imagem do Brasil. "Vamos pagar um custo moral muito alto na esfera cientifica. Perderemos parcerias, facilidades e privilégios no trato à informação, que conseguimos ao longo de muito trabalho"."O fogo queimou exemplares estrangeiros únicos. Os responsáveis pelas coleções da Europa, da Ásia e dos Estados Unidos mandaram estes exemplares para o Butantan, pois tínhamos credibilidade. Agora eles pensarão duas vezes antes fazer isso outra vez", conclui o diretor do museu de Zoologia da USP.
Fonte: UOL

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