quinta-feira, 27 de maio de 2010

Saúde Ocupacional - Irregularidades podem ter causado danos à saúde de jornalistas


A direção da revista IstoÉ se reunirá, no dia 18 de maio, com entidade que representa os jornalistas para esclarecer supostas irregularidades em sua redação. De acordo com apuração do Portal Imprensa, a direção de redação da revista teria proibido, em dezembro de 2009, que seus funcionários tirassem férias. Além disso, o excesso de trabalho - combinado à suposta proibição das férias -, de acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP), também tem influenciado na deterioração do estado de saúde dos empregados da IstoÉ.Nos últimos vinte dias, dois funcionários foram vítimas de complicações cardíacas sendo que, um deles, teria voltado ao trabalho após dez dias da data da implantação de um marca-passo. A média diária de trabalho na redação estaria em torno de 12 horas, fato que, segundo o presidente do SJSP, Guto Camargo, contribui para a debandada de muitos jornalistas contratados sob o regime de Pessoa Jurídica (PJ) - maioria na redação. Estes funcionários, por serem considerados "prestadores de serviço", não têm direito a horas extras e são os que mais sofrem com a carga de trabalho excessiva.Segundo Camargo, a representação sindical já discutia com a empresa a data de uma reunião para acertar a revisão do fundo de garantia. No entanto, com o surgimento de denúncias a respeito de abuso da força de trabalho, o SJSP irá propor mudanças na redação. "Nós vamos pedir que eles acabem com essa proibição do período de férias, que é determinação da redação, não tem nada a ver com a empresa; também falaremos da implantação de um ponto eletrônico que comprovará ou não o excesso de trabalho", explicou o presidente da entidade.Para ele, é inegável que o estado de saúde dos funcionários da IstoÉ foi prejudicado pelas horas de trabalhos e pela cobrança. "Certamente é reflexo desse ritmo de trabalho insano. Não é uma política da empresa, é um problema localizado. E queremos discutir porque isso acontece lá. E caso isso não se resolva, aí sim, nós vamos acionar o Ministério do Trabalho para uma investigação", declarou."Não tem o menor cabimento". Em depoimento à reportagem, o diretor de redação da IstoÉ, Mario Simas, negou que os fucionários estejam proibidos de tirar férias e afirmou que a carga de trabalho dos jornalistas da redação é equivalente a de qualquer outro veículo."Uma verdadeira mentira. Estou com um monte de gente de férias. Não tem o menor cabimento essa afirmação. Aqui é igual a qualquer outra redação. Nos dias de fechamento, você trabalha mais, e tem dias em que você trabalha menos, como em qualquer outra redação de uma semanal", disse. Segundo Simas, os problemas de saúde que assolam alguns dos funcionários da IstoÉ nada têm a ver com excesso de trabalho. "Um deles teve problemas de hipertensão, mas nada relacionado ao trabalho. Eu também tive", declarou.

Fonte: Portal Imprensa

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