quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Setor têxtil está contratando em todas as áreas de produção

No país, são 30 mil empresas ao todo. Em Salvador, uma empresa dá cursos fora do horário do expediente para qualificar os funcionários. Muito empresários não conseguem preencher todas as vagas.

Por Veruska Donato

Vista assim num desfile a roupa desperta desejos, mas para chegar nas passarelas ou nas vitrines ela passa por muitas mãos.

O setor têxtil emprega engenheiros, químicos, técnicos em máquinas, operadores, modistas, designers, costureiras. São trinta mil empresas no país.

Uma fábrica de uniformes militares de Salvador teve de contratar um engenheiro para a vaga de gerente de produção, porque não encontrou mão de obra especializada. Seriam necessários, pelo menos seis funcionários para os cargos de gerente e chefe de produção. Além disso, a empresa chegou ao ponto de dar cursos fora do expediente para qualificar os funcionários.

“Teria hoje demanda suficiente para um turno ou mais, e eu não consigo preencher estas vagas”, afirma William Moura, dono da fábrica.

Que só este ano contrataram quase cinquenta e oito mil trabalhadores. “Isso mostra claramente que há um espaço grande de absorção de mão de obra na indústria têxtil e de confecção brasileira. Então estamos contratando, a indústria está crescendo”, declara Fernando Valente Pimentel, diretor superintendente da ABIT.

São Paulo, Santa Catarina e minas gerais foram os estados que mais contrataram. As oportunidades surgem em todas as regiões. Mas em Pernambuco, por exemplo, o forte são as fábricas de jeans. Biquínis e sungas no Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia. No Rio, na região de Friburgo, lingeries. Malhas, na serra gaúcha.

Em quase todas as etapas da indústria as máquinas substituem o trabalho manual, só é preciso saber operá-las. Mas há uma área na confecção que muitas vezes a tecnologia não entra. Colocar gola, colarinho, manga numa camisa social. Para isso são necessárias mãos habilidosas, e nesses casos ninguém substitui uma costureira. É uma mão de obra rara e especializada. A maioria é mulher e com mais trinta e cinco anos.

Na região de Maringá, no noroeste do Paraná, está um dos maiores pólos da indústria têxtil do país. São 1200 indústria de confecção, grande parte delas enfrentando a mesma dificuldade: contratar mão de obra. Hoje existem mais de duas mil vagas em aberto aqui na região, principalmente para costureiras.

Dependendo da região, os salários sobem. Em São Paulo, por exemplo, a média é de mil reais. Que aumenta se o empregado está especializado. É o caso da Maria, de ajudante chegou a costureira, e hoje pode escolher a vaga que quer. “Nossa, estou me sentindo super valorizada agora em saber disso, to adorando. Eu tenho disponibilidade pra tá aprendendo mais ainda além do que eu já sei”, diz.

Fonte G1

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