quinta-feira, 16 de setembro de 2010

SST - Acidentes de trabalho têm alta de 53% em Sorocaba

Em oito meses a cidade de Sorocaba registrou 1.900 acidentes de trabalho, nas mais diversas categorias profissionais, informa o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest). De acordo com o Cerest, a indústria de transformação é a campeã de registros, mas a construção civil também é considerado um setor problemático e, pensando nisto, foi realizada ontem, a 11ª edição da Megasipat, que reuniu cerca de 420 pessoas no auditório do Sesi. O evento é realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon) e tem na conscientização seu maior objetivo.

O número de acidentes de trabalho é 53,7% maior do que o mesmo período do ano passado quando foram registrados 1.236 ocorrências com trabalhadores. Foram 664 acidentes a mais de um ano para o outro. Durante todo 2009 foram 2.256 acidentes de trabalho.

A construção civil sempre sofreu com acidentes. O canteiro de obras apresenta vários perigos como altura, carregamento de peso, manuseio de materiais perigosos e exposição prolongada ao sol.

Por meio de atividades interativas os trabalhadores da construção civil conheceram os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) obrigatórios em um canteiro de obras. Eu aprendi muita coisa hoje, comentou a auxiliar de limpeza Alda Oliveira Santos, 33, que participou pela primeira vez da Megasipat. O evento começou às 6h30 e seguiu até às 15h30. A última atividade feita foi uma dinâmica com a plateia envolvendo os principais riscos dentro de um canteiro de obras.



Altura, sol e choque



O risco de queda é um dos mais latentes na construção civil. A gente faz todos os exames para saber se a pessoa tem condição de trabalhar em um lugar alto. Depois tem-se que usar cordas especiais e produto de boa qualidade para montar os andaimes, respondeu Jackson, membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) de sua empresa. Os cipeiros, como são chamados, são trabalhadores da obra que recebem treinamento especial sobre segurança de trabalho e repassam o conhecimento para os colegas de serviço.

O soterramento e o choque elétrico, segundo o SindusCon, também aparecem entre as ocorrências mais comuns e que causam maior número de mortes. Para evitar soterramentos, deve ser feita uma análise preliminar de risco além do escoramento da área a ser trabalhada. Para evitar choques, porém, a qualificação e treinamento são as únicas alternativas.

A exposição ao sol também é outro problema enfrentado pelos trabalhadores da construção civil. Neste caso, afirma o sindicato, o principal entrave é a resistência, principalmente por parte dos homens, em fazer uso de protetores e bloqueadores solar. Para proteger do sol, além do creme temos que fazer uso de protetor de nuca, de manga e beber muita água, ensinou outro ‘cipeiro durante a dinâmica. O protetor solar, desde 2009 é considerado um EPI na construção civil. A determinação foi acordada na convenção coletiva da categoria daquele ano.

O evento está em sua 11ª edição. Segundo o gerente regional do SindusCon, José Sarracini Júnior, é uma forma de trabalhar a conscientização dos profissionais da construção civil para a importância da segurança no ambiente de trabalho. Estamos desenvolvendo a cultura da prevenção de acidentes de trabalho, ponderou o gerente.



Fonte: Cruzeiro do Sul

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