terça-feira, 17 de agosto de 2010

Acid. Trabalho - Explosão em indústria química causa a morte de uma pessoa em Taubaté

Outros dois funcionários continuam internados em estado grave.

Um funcionário morreu e outros dois ficaram feridos após explosões na IQT, em Taubaté. O acidente foi no início da noite deste domingo (15). Na manhã desta segunda-feira, a fábrica permaneceu fechada.

Uma segunda-feira difícil para a família de Adelino João de Carvalho. Pela manhã, o irmão do operário morto na explosão esteve na fábrica. 

"É um sentimento muito grande, pois ele deu a vida toda para a empresa e teve essa morte trágica. Então, a gente não tem nem muito o que falar", afirma Marcos Paulo de Carvalho.

O acidente foi na noite de domingo em um galpão da Indústria Química de Taubaté. A fábrica, que produz medicamentos e resina, tem cerca de 60 funcionários. Três foram atingidos pelas explosões de um reator. A primeira ocorreu às 18h30. Meia hora depois houve a segunda, que provocou uma morte e deixou outros dois trabalhadores gravemente feridos.

Foram quatro horas para controlar o incêndio e manter a segurança da área. Mais de vinte homens do Corpo de Bombeiros trabalharam na operação.

"Coube ao Corpo de Bombeiros chegar ao local, socorrer as vítimas, isolar e manter o local resfriado. No caso, jogamos água para manter o local à uma temperatura ambiente e evitar novas explosões", afirma o Capitão Luís Alves.

A linha de produção está interditada pela perícia. No fim da manhã, um representante do Ministério do Trabalho entrou na empresa para fazer uma vistoria parcial. Ele conseguiu apenas os documentos da empresa. Ele ainda vai avaliar o que aconteceu e se a fábrica tem condições de permanecer aberta.

"Nós avaliamos o equipamento em que ocorreu o acidente, interditamos se for o caso e levantamos as condições que levaram a esse acidente", explica o auditor do Ministério do Trabalho, Albino Sampaio Filho.

Esse foi o segundo acidente em menos de um ano e meio. Em abril do ano passado, uma tubulação de produtos químicos explodiu. Dois funcionários ficaram feridos, atingidos por estilhaços. Um deles teve fratura exposta.

Acidentes e problemas trabalhistas seriam constantes na fábrica, de acordo com o sindicato, que vai pedir na justiça o fechamento da unidade.

"A empresa tem uma produção muito alta, sucateando o trabalho lá dentro. O ritmo de trabalho da empresa tem que reduzir, tem que ser menor, para ter condições de segurança na empresa", justifica Wellington Luiz Cabral.

O advogado da empresa diz que a IQT tem todos os certificados de segurança e que a fábrica não deve parar. A produção seria de um medicamento de uso contínuo para cardíacos, que só é feito na unidade.

"A produção do medicamento não pode haver paralisação, até porque se houver a interrupção, teremos cerca de 300 mil cardiopatas sem o fornecimento do medicamento", explica o advogado Juliano Martins do Carmo.

Investigação

A empresa esperava reabrir amanhã na parte administrativa e na quarta-feira já retomar a linha de produção, mas isso não poderá acontecer. Como houve uma morte, o caso é investigado pela polícia, que deve apresentar um laudo em trinta dias. A empresa também fará uma sindicância interna, que deve ficar pronta no mesmo período.

Vítimas

O corpo do Adelino João de Carvalho foi liberado no início da manhã e já está sendo velado. O enterro deve acontecer ainda na tarde de hoje, no cemitério municipal de Taubaté. Sobre os dois funcionários feridos, eles permacenem internados no hospital regional, em estado grave. Os dois sofreram lesões na região abdominal, e têm queimaduras em pelo menos trinta por cento do corpo. Segundo o boletim médico, existe risco de morte, e é preciso esperar, pelo menos 24 horas, para saber como o quadro vai evoluir.



Fonte: Vnews

Nenhum comentário:

Postar um comentário