quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ambição e competição excessivas levam ao assédio moral, afirma professor

São Paulo (SP) – O psicólogo, advogado e professor da Unicamp e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Heloani, fez um ligação entre assédio moral e os ambientes de trabalho competitivos em que é cotidiano o cumprimento de horas extras. “O assédio moral é uma consequência natural desse ambiente. É praticamente impossível não ter processos de humilhações num local de trabalho em que as pessoas são vistas como coisas”, disse Heloani.
O professor falou durante seminário realizado pela Fundacentro nesta quarta-feira sobre assédio moral no ambiente de trabalho.

Na opinião dele, não se deve culpar as pessoas pela ocorrência de assédio. “A responsabilidade é das empresas”, afirmou.

Heloani vincula o crescimento dos casos de assédio à lógica da “felicidade como produto”.

“Falam que não devemos postergar a felicidade. Precisamos pegá-la, porque afinal de contas ninguém sabe o dia de amanhã, dizem. Os programas e novelas de TV ou em programas de competição entre aprendizes, a ideologia predominante é a da felicidade material que eu pego ou largo. Isso vai passando para a lógica do trabalhador. É preciso ter resultado, ser reconhecido agora. Acaba normal que eu pise nos outros. O assédio moral se torna assim natural”, afirmou.
Ainda segundo Heloani, o assédio não é uma doença ou um problema ético da classe trabalhadora. “É uma patologia organizacional, um problema social. Ou modificamos a forma de organizar o trabalho ou teremos de conviver ainda por muito tempo com o assédio moral”, disse ele.(SG)

Fonte: blog do Trabalho

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